A grande notícia no Brasil nessa semana foi a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma. Aceito o pedido pelo presidente da câmara, será formada uma comissão que elaborará um parecer. O parecer será julgado pelo plenário da câmara e para que o impeachment aconteça é preciso 342 votos favoráveis ( 3/5 dos deputados). Se passar pela câmara, a presidente é afastada e o processo vai para o senado. No Senado, precisará de 3/5 dos votos dos senadores para que ela seja afastada do cargo de vez.
Aqui no Canadá a coisa funciona de maneira bem diferente. O sistema aqui é parlamentarista, baseado no sistema da Inglaterra.
O congresso (câmara dos deputados no Brasil) é responsável não somente pelas leis, mas também por formar o governo. O senado aqui tem função somente simbólica.
O congresso canadense tem 338 cadeiras. Se um partido conquistar mais de metade delas, ele formará um governo de maioria. Nesse caso, o líder do partido vencedor se torna o primeiro ministro.
No caso de nenhum partido conseguir a maioria, há duas possibilidades: um governo de minoria ou de coalizão.
Governos de coalizão acontecem quando alguns partidos se juntam formando a maioria. Isso é comun na Europa, mas não no Canadá. Tradicionalmente, aqui o líder do partido com maior número de votos (mesmo sem maioria) é nomeado primeiro ministro.
Para derrubar um governo parlamentarista basta que o congresso perca a confiança no governo. Nesse caso, qualquer parlamentar pode apresentar uma moção de desconfiança. Se aprovada por maioria simples, o governo é dissolvido e novas eleições são marcadas.
Na prática, a historian mostra que quando o governo é de minoria a questão não é se ele vai cair ou não, mas quando. Os partidos de oposição normalmente derrubam o governo quando acreditam que estão num bom momento para vencer as eleições. Normalmente um governo de minoria dura no máximo dois anos. O Canadá teve quatro eleições federais entre 2004 e 2011, quando finalmente um governo de maioria foi eleito.
Para um governo de maioria cair, é necessário que o primeiro ministro perca a confiança do próprio partido. Isso nunca aconteceu na história moderna canadense.
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